quinta-feira, 14 de junho de 2007

Questionários e Grupo Focal

Foram aplicados os questionários e realizado o Grupo Focal.
As fotos, filmes e gravações estão em poder das autoras da pesquisa, podendo ser solicitadas pelo grupo de colegas e professores do Mestrado.

Estamos análisando os dados e escrevendo o relatório final.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Aplicando o projeto

Na semana passada, 21/05 a 25/05, validamos os questionários e enviamos para a copiadora o resultado final dos mesmos.
Foram copiados 190 questionários para os alunos e 80 para os professores das escolas das diversas redes de ensino(municipal, estadual, federal e particular).





Nesta semana, 28/05 a 01/05, estamos aplicando os questionários com os alunos e com professores das outras escolas.





Estamos, também, negociando a melhor data para realizar o Grupo Focal.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

VERSÃO FINAL

TÍTULO DO PROJETO:

A formação do aluno pesquisador desde o Ensino Médio


EQUIPE:

Prof. Orientador/Coord. do Projeto:
Paulo Cézar Santos Ventura
Mestrado CEFET / MG
pcventura@gmail.com

Prof(s). assistentes/colaboradores:
Dácio Guimarães Moura
Mestrado CEFET / MG
daciogm@uai.com.br


Aluno(s) participante(s)
Curso/Turma

Eliana Gonçalves Ulhôa Godoy
Mayra de Castro Miranda Araújo
Vanessa Campos Nagem Araújo
Mestrado CEFET / MG
2007
elianaulhoa@gmail.com
araujomayra@superig.com.br
vcnagem@terra.com.br

Situação-problema


A educação contemporânea não deve se limitar a formar alunos para dominar determinados conteúdos, mas sim que saibam pensar, refletir, trabalhar e cooperar uns com os outros, propor soluções sobre problemas e questões atuais. A escola deve favorecer a formação de seres críticos e participativos, conscientes de seu papel nas mudanças sociais.
Diante dessas demandas sociais, observa-se, no contexto educacional, um crescente interesse pela aplicação da metodologia de projetos. Essa metodologia surge como uma proposta de trabalho, centrada na construção do conhecimento pelo aluno, considerando as situações e problemas reais.
Entretanto, existe uma grande confusão sobre o conceito de projetos e uma incerteza em relação ao tipo de projeto mais adequado, em que contexto e com qual finalidade devem ser desenvolvidos.
Na experiência vivida pelo LACTEA (Laboratório Aberto de Ciência, Tecnologia, Educação e Arte), no CEFET – MG, os alunos do Ensino Médio são orientados a realizar três tipos de projetos: construtivo, explicativo e investigativo.
No entanto, os dois primeiros são os tipos mais escolhidos, sendo o projeto investigativo pouco procurado pelos alunos.
Em contrapartida, nas universidades e na experiência do PIBIC, o projeto investigativo tem sido o mais focalizado.
Essas reflexões nos remetem à necessidade dos alunos desenvolverem, desde a educação básica, as habilidades necessárias para realizarem projetos, favorecendo a formação de futuros cientistas.
A proposta deste trabalho consiste em avaliar em que medida é viável a formação do aluno pesquisador, no Ensino Médio, de forma interdisciplinar.

Objetivos e Questões básicas

Objetivo Geral:

Contribuir para a formação do aluno pesquisador no Ensino Médio.

Objetivo Específico:

Analisar de que modo e com que objetivo a pesquisa científica tem sido utilizada na Educação Básica, de forma interdisciplinar.

Estruturar um curso de metodologia de pesquisa para alunos do Ensino Médio.


QUESTÕES BÁSICAS DE PESQUISA

O que diz a literatura sobre o aluno pesquisador?

Que conceito alunos do Ensino Médio possuem sobre pesquisa?

Como professores do Ensino Médio têm orientado alunos na realização de pesquisa científica?

De que forma e com que objetivo pesquisas têm sido realizadas nas feiras de ciências?

De que forma e com que objetivo capacitar alunos para a realização de pesquisa científica?

Justificativa

O mundo atual, com tantas mudanças e novas demandas, exige, dos indivíduos, habilidades e atitudes diferentes das observadas em épocas anteriores.
As tecnologias da informação e comunicação favorecem uma nova postura frente ao processo ensino-aprendizagem, que já não se satisfaz mais com a informação transmitida pelo professor, mas prioriza o conhecimento construído pelos alunos.
As facilidades e a rapidez com que hoje é possível ter acesso à informação criaram a necessidade de se trabalhar na formação de um sujeito crítico e consciente de seu papel na sociedade em constante transformação. O cidadão deste século não pode ter o mesmo perfil de habilidades do século passado. Não pode mais ignorar o que se passa no mundo, necessita se inserir de maneira adequada no meio social. Esse cidadão precisa, antes de tudo, ser crítico, ativo, pensar e agir muito mais do que falar. Necessita saber pensar sobre tudo o que chega até ele através das novas tecnologias de informação e comunicação.
Saber pesquisar e selecionar as informações para, a partir delas e da experiência, construir o conhecimento, tornou-se uma real necessidade da atual sociedade.
Bachelard (1996), afirma que toda cultura científica deve começar por uma catarse intelectual e afetiva e que devemos duvidar, questionar tudo que nos chega e o que temos dentro como saber. Apresenta o “espírito científico” como uma característica do ser que esteja apto a construir o conhecimento científico.
Alguns investimentos nesta área já estão sendo realizados, como o projeto de Miguel Nicolelis, cientista brasileiro, eleito, em 2004, pela Scientific American, como um dos 20 líderes mundiais em pesquisa científica. Ele planeja tornar a pesquisa científica um agente de transformação social no Brasil. Apresenta esse pensamento no artigo “Ciência e cidadania”, publicado na Scientific American Brasil (ed.59, abr.2007). Afirma que “O Brasil está caindo num fosso educacional. Se não prestar atenção, não haverá mais volta. Sem investir no potencial humano, é melhor esquecer a idéia de fazer o Brasil crescer". Esse projeto está investindo na educação infanto-juvenil para a formação científica. Existe, também, um esforço individual do Colégio São Domingos, no estado de São Paulo, no qual foi criada a disciplina de metodologia de pesquisa para o Ensino Médio. Segundo a coordenadora, a intenção é que o estudante aprenda a fazer pesquisas mais aprimoradas, com mais qualidade. Justifica a disciplina: “Num futuro próximo, serve de instrumento para a pesquisa universitária. Os alunos chegam à graduação despreparados, porque ficam muito focados em decorar textos e fórmulas para o vestibular”.
Uma experiência que visa cumprir com esse objetivo da formação do pesquisador são as feiras de ciências.
Bochinski (1996) relata, em seu livro “The complete handbook of science fair projects”, as experiências vividas com feiras de ciências, nas quais se procura aplicar o método científico. Os alunos são estimulados a realizar projetos científicos e a exporem os mesmos nas feiras. Segundo a autora, as feiras permitem que o aluno tenha uma experiência concreta (hands-on) e conhecimento em um campo independente de estudo. Além disso, o aluno faz uso de suas próprias idéias ou de um tópico preparado pelo instrutor para investigar problemas científicos que lhe interessem. Nessa experiência, são seguidas as etapas do método científico.
Moura (1995), relata que o CEFET – MG vem, também, desenvolvendo, desde 1977, a Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (META), com apresentação de projetos e trabalhos práticos desenvolvidos por alunos de seus cursos técnicos de 2º grau e cursos de Engenharia. Segundo o autor, os trabalhos a serem apresentados podem ser classificados nas seguintes categorias: trabalhos didáticos, voltados para o objetivo de ilustrar, aplicar, mostrar os princípios científicos de funcionamento de certos objetos, máquinas, mecanismos e sistemas; trabalhos construtivos, que estão relacionados à construção de algo com objetivo de introduzir uma inovação e, por último, os trabalhos investigativos, que se referem à pesquisa em torno de problemas e situações do mundo, buscando soluções para os mesmos.
Porém, segundo relato do mesmo autor, os projetos mais procurados pelos alunos do LACTEA têm sido os dois primeiros tipos. O trabalho investigativo que é, justamente, o que estimula a pesquisa científica, tem sido muito pouco realizado pelos alunos.
A que se deve tal fato? O que tem impedido os alunos do Ensino Médio a procurarem a pesquisa? Seria o fato de que não têm sido estimulados a fazê-la? Ou por não saberem realizá-la? As feiras de ciências, na atualidade, têm cumprido com esse papel, de estimular o aluno a ser um pesquisador?
Se se retoma o histórico das feiras de ciências, é possível observar uma distorção nos objetivos das mesmas, descrita por alguns autores. Moura (1995) destaca que, nos anos 60, início das feiras de ciências no Brasil, no CECIMIG, prevalecia a concepção de um ensino de ciências com ênfase no “processo de investigação científica”: “...possibilitar ao aluno a vivência do processo de investigação científica e a compreensão da sua importância ... buscando-se contribuir para a formação do espírito científico do aluno”. Acabou-se, dessa forma, estereotipando os chamados “passos” ou “etapas” do propalado “método científico”, como: a observação do fenômeno, a formulação e o teste de hipóteses, a coleta, classificação e análise de dados e a conclusão da experiência. Porém, não se observava, por parte dos alunos, uma postura real de pesquisadores. Nas feiras, os alunos pareciam, muitas vezes, treinados em “recitar” esses “passos” durante a exposição de seus trabalhos.
Após esse período, as feiras perderam o ímpeto e muitas foram desativadas. Isso ocorreu decorrente de dúvidas sobre o ensino da Ciência com ênfase no processo e, também, reflexões sobre o “método científico” e o próprio saber científico.
Felizmente, segundo Moura (1995), as feiras de ciências voltaram com novos apelos e novas demandas. Pode-se identificar uma relação direta entre essa retomada das feiras de ciências com um movimento, de âmbito internacional, de incentivo a exposições, mostras, feiras e museus interativos de Ciência e Tecnologia que se define a partir desse momento.
Segundo esse mesmo autor, o mundo atual, caracterizado pelas mudanças e conquistas científicas e tecnológicas em um ritmo vertiginoso, não pode atribuir unicamente à escola a função de informar e educar o cidadão, pois essa apresenta uma habitual inércia e características específicas em seu ritmo educacional. As feiras de ciências apresentam-se como uma forma de contribuir para a formação desse cidadão.
Além disso, as feiras de ciências permitem, como prática pedagógica, a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento. A interdisciplinaridade surge, aí, como uma das respostas à busca por uma educação mais ampla e mais abrangente, menos fragmentada.
Como devem ser, nos dias de hoje, as feiras de ciências?
Wanderley (1999), em sua dissertação de mestrado, procurou mostrar os problemas decorrentes da tradicional ênfase na “formação do pequeno cientista” e discutiu sobre as origens e limitações dessa proposta. Procurou em seu trabalho estabelecer novas diretrizes pedagógicas e metodológicas que pudessem sustentar a realização de feira de ciências, no contexto dos dias atuais, mais adequados às demandas educacionais de uma sociedade em permanente transformação.
Buscou fundamentar as bases para uma nova proposta de realização de feiras de ciências enquanto espaço pedagógico favorável a aprendizagens múltiplas, tanto de seus participantes quanto de seus visitantes.
Hoje, já não se observa esse enfoque exagerado na formação do cientista mirim. Porém, observa-se, também, uma crescente diminuição do interesse na formação do pesquisador, do cientista. Essa formação, como enfatizam diversos autores, é muito importante para a formação do indivíduo do novo milênio. Ao mesmo tempo, surge a reflexão proposta por Weber (1963) quando fala sobre a vocação que o indivíduo tem ou não para a Ciência. Essa vocação deve ser respeitada se se quer formar verdadeiros pesquisadores.
Daí, a relevância que adquire o tema da formação do aluno pesquisador, buscando-se compreender os motivos que têm levado os alunos a optarem por outros caminhos, que não o da pesquisa, verificando em que medida torna-se possível a realização de um projeto interdisciplinar para a formação do aluno pesquisador desde o Ensino Médio, favorecendo a formação do futuro cientista, do futuro pesquisador.

Metodologia

Considerando os objetivos apresentados pelo grupo, procurou-se ampliar o conhecimento técnico do assunto através de discussões com pares e leituras bibliográficas sobre feiras de ciências, a vocação para a Ciência, a pesquisa como condição específica de aprendizagem, a interdisciplinaridade, a valorização da satisfação pessoal, da motivação, da participação e da criatividade como produto qualificado na escola,
O campo escolhido pelo grupo foi o Colégio Logosófico González Pecotche, uma instituição da rede particular de ensino, pelo fato de que os pesquisadores são profissionais do mesmo, e isso facilita a realização da pesquisa.
O primeiro passo, que é o período exploratório, baseado na metodologia apontada por Mazzotti(2000), será buscar informações para orientar nas decisões iniciais sobre as questões relevantes na realização do projeto, como identificar os informantes e as outras fontes de dados possíveis.
A amostra dos participantes será escolhida após esse período, com base no critério de notas dos alunos. Serão selecionados alunos com as médias escolares baixas, médias e altas, formando assim, uma mostra heterogênea, representando a realidade da escola.
Esses questionários serão previamente testados por três participantes do grupo.
Os dados serão tabulados e analisados para emissão de relatórios parciais e finais. A coleta de dados será complementada com a realização de um grupo focal. A escolha dessa técnica de coleta de dados se dá pela apresentação de baixo custo, de respostas rápidas (o tempo de desenvolvimento desse projeto é pequeno), eficiência na obtenção de informações qualitativas e esclarecimento de algumas questões mais complexas, como o que os participantes pensam ser uma pesquisa e como se sentem em relação à mesma dentro da escola.
Simultaneamente, serão realizados questionários com uma amostra de escolas de Belo Horizonte, para responder a algumas questões sobre a atual realização das feiras de ciências em Belo Horizonte.
As escolas participantes serão selecionadas a partir de dois critérios: facilidade de acesso às informações e uma instituição de cada rede da educação de Ensino Médio da cidade (municipal, estadual, federal e particular).
Depois de realizadas essas etapas, o resultado das análises será considerado para a adaptação às reais necessidades de se executar o projeto com os alunos, possibilitando-os realizar as três fases de formação de um pesquisador: saber pesquisar, querer pesquisar e pesquisar.
Como resultado desse processo, será elaborada a ementa de um curso de preparação para o desenvolvimento de pesquisas para alunos do Ensino Médio: Curso de Metodologia em Pesquisa Científica.
O resultado esperado pelo grupo é que a comunidade escolar envolva-se de forma efetiva e que esse projeto propicie que os alunos fiquem estimulados em realizar pesquisas investigativas baseadas no método científico.